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Agricultores reformam casa de farinha e retomam produção de mandioca com apoio do Governo
Assistência técnica continuada, utilização correta de água e persistência na espera dos resultados têm proporcionado a inúmeras famílias de agricultores sucesso em suas atividades de produção de mandioca, melhorando a qualidade de vida e permitindo acesso a recursos financeiros para seu sustento.
É caso do produtor Pedro Ivo da Silva, conhecido como Pedro Cancão, do sítio Porteiras, no município de Mãe d’Água, no Sertão paraibano, que tem obtido êxito cultivando a terra com orientação técnica. Trabalhando em menos de um hectare de terra, com o uso racional da água disponível e seguindo as orientações dos extensionistas da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), Pedro Ivo cultivou um roçado de mandioca, do qual extraiu a farinha e produzindo beiju para o consumo da sua família e vizinhos. Ele se prepara para a produção numa escala maior, pensando em comercializar nas feiras livres.
Na propriedade também são cultivadas outras culturas, utilizadas no consumo da família e o excedente sendo comercializado na cidade para aumentar a renda familiar.
Devido às estiagens que vinham se verificando nos anos anteriores, o agricultor estava com pequeno plantio de mandioca, mas no ano passado, quando ocorreram chuvas regulares na região, a plantação se desenvolveu com mais vigor até que recentemente fez a colheita, transformando as raízes em farinha e beijus que distribuiu entre os familiares.
Orientada pelos extensionistas, a família recuperou a casa de farinha. “A reforma da casa de farinha foi uma ideia dos meus tios para resgatar a cultura de nossos antepassados, meus bisavôs José Nunes e Severina. Eles cultivavam grandes plantios de mandioca e macaxeira, mas nunca comercializavam, sempre guardando para o próprio consumo e dividiam com os outros agricultores que tinha pouca terra para o cultivo”, comentou Pedro Ivo.
O cultivo de mandioca sempre foi uma das principais atividades da família, desde os antepassados, quando, em determinado período de inverso regular, chegaram até a produzir numa farinhada mais de 600 “cuias” de farinha, como costumavam fazer a medição da produção agrícola.
Com as mortes do casal José Nunes e Severina, em 2001 e 2003, Pedro Ivo veio morar na casa-grande que pertenceu aos familiares. Sua proposta é fazer com que esta cultura volte a ser mais cultivada na região, não apenas como tradição, mas como fonte de renda para as famílias e para isso conta com a parceria da Empaer, cujo gerente local, Mascigleudo Almeida de Oliveira, conhecido como Márcio, orienta o trabalho de recuperação desta cultura no município, com o acompanhamento do gerente regional da Empaer em Patos, Francisco Acácio.
O técnico da Empaer em Mãe d’Água lembrou que a recuperação da casa da farinha e a volta de suas atividades sempre foi um desejo da família e que agora, depois das chuvas ocorridas no ano passado e as que estão acontecendo neste ano de 2020, acredita que será possível a retomada desta cultura que poderá trazer mais renda para as famílias, já que vão colocar no mercado um produto orgânico de boa aceitação.
O presidente da Empaer, Nivaldo Magalhães, lembrou que o Governo do Estado dispõe de um banco de pesquisas sobre tubérculos e raízes, notadamente mandioca, desenvolvidas pelo grupo de pesquisadores da empresa já disponível e que conta com técnicos capacitados para orientar no cultivo desta cultura.
O pesquisador da Empaer, Elson Soares dos Santos, é um dos que tem se dedicado às pesquisas, constatando o aumento da produtividade de tubérculos e raízes nos últimos anos. As pesquisas foram realizadas tendo como alvo o melhoramento de culturas como inhame, batata-doce e mandioca que estão à disposição dos produtores. Nos contatos com os agricultores, estes tomam conhecimento de todos os aspectos e vantagens do plantio para a obtenção de uma boa produtividade.
A Empaer é uma empresa vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca (Sedap), que tem como objetivo básico pesquisar, programar, executar e fiscalizar a política pública estadual de assistência técnica, extensão rural e regularização fundiária, com vistas ao desenvolvimento da agropecuária e da pesca, como também promover pesquisas de desenvolvimento científico e tecnológico aplicadas à agropecuária, além da produção de sementes para atender ao agricultor familiar