O êxodo urbano e a mudança de vida através da caprinocultura

O interior da Paraíba tem se destacado pelo crescimento da caprinocultura. Em Baraúna, município localizado no Curimataú, a atividade começou a ser desenvolvida com mais intensidade a partir do final de 2024 e vem transformando a vida dos agricultores locais. Um exemplo é Francivaldo dos Santos, que recebeu apoio do Governo do Estado e assistência técnica da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), em parceria com a prefeitura.

Após a pandemia de Covid-19, muitos buscaram uma vida mais tranquila, longe dos centros urbanos. Foi o caso de Francivaldo, que antes vivia em João Pessoa, onde trabalhava como condutor de ônibus escolar. Ele adquiriu um sítio em Picuí e iniciou-se na caprinocultura, motivado inicialmente por uma questão de saúde: seu filho não podia consumir leite de vaca, o que levou a família a adotar o leite de cabra. A produção excedente incentivou a compra de novos animais e a ampliação do rebanho.

Atualmente, sua propriedade, localizada no Sítio Lamarão de Cima, em Picuí, produz cerca de 45 litros de leite por dia, destinados ao tanque de coleta em Baraúna. Além disso, Francivaldo fabrica queijos, desde os tradicionais até os temperados. “A assistência da Empaer é essencial para garantir o manejo adequado e aumentar a renda”, destaca.

Segundo Valmir de Castro, técnico da Empaer responsável pelo atendimento a Francivaldo, o acompanhamento inclui orientações sobre alimentação, higiene na ordenha e manejo. “Ele é um exemplo de sucesso na caprinocultura da região e tem inspirado outros produtores”, afirma.

Desenvolvimento econômico através da caprinocultura

Baraúna integra a região imediata de Picuí, Nova Palmeira e Pedra Lavrada, o que favorece que agricultores de municípios vizinhos também destinem sua produção de leite de cabra aos tanques de coleta da cidade. Embora recente, a caprinocultura local já coloca Baraúna como a segunda maior produtora da região, atrás apenas de Barra de Santa Rosa.

Para o secretário de Agricultura, Hagamenon Dantas, a atuação do poder público vai além das fronteiras municipais: “Ajudar agricultores de outras regiões fortalece a caprinocultura local. Programas como o de Aquisição de Alimentos (PAA) mudam vidas, e a parceria com a Empaer é fundamental”. Em junho, a produção total chegou a 2.080 litros, todos destinados à usina Capribov, em Cabaceiras.

O fluxo de agricultores para Baraúna também movimenta a economia local, já que muitos aproveitam a ida à cidade para realizar outras atividades, como frequentar feiras, instituições financeiras e comércios. Para Valmir de Castro, o principal incentivo para os produtores é a combinação do apoio governamental com a assistência técnica da Empaer, fatores que têm impulsionado o crescimento da caprinocultura na região.