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Produção do algodão colorido orgânico avança na agricultura familiar na Paraíba

publicado: 01/07/2019 13h17, última modificação: 02/07/2019 11h28
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A produção de algodão está se intensificando na Paraíba, três décadas depois de dizimada pela praga do bicudo. É o que se percebe no movimento de agricultores que, estimulados pela integração de parceiros que oferecem condições para o plantio, assistência técnica e a comercialização, eles manifestam interesse em voltar a plantar essa cultura. Isso ficou evidente entre os participantes de eventos sobre a cultura algodoeira e nos contatos verificados nos escritórios da Empresa Paraibana de Pesquisa, Extensão Rural e Regularização Fundiária (Empaer), vinculada à Secretaria de Estado do Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca.

DSC_0892.JPGUma demonstração do interesse de agricultores familiares pela cultura do algodão foi constatada, na sexta-feira (28), durante a realização o Dia de Campo sobre Algodão Colorido Agroecológico no Sítio Lagoa do Barro, município de São Bento, promovido pelo Governo do Estado e parceiros, a exemplo da prefeitura municipal, bancos oficiais e empresários, onde obtiveram informações e puderam conhecer os resultados obtidos pelos que já trabalham com a atividade.

DSC_0855.JPGO Dia de Campo aconteceu na propriedade do agricultor Flaviano Lima. Lá, ele plantou quase um hectare de algodão colorido Rubi, que está sendo colhido nesta semana, e será comercializado para uma empresa de redes, com sede na cidade de São Bento. Além desse agricultor, outros 12 também aderiram ao programa. O grupo empresarial Santa Luzia Redes também apoia a atividade algodoeira no Assentamento Margarida Maria Alves, município de Juarez Távora, Agreste paraibano, com doação de sementes e compra da produção. “Queremos ampliar as parcerias, apoiando mais agricultores que queiram cultivar algodão, distribuindo a semente e garantindo a compra da produção”, prometeu o empresário Armando Filho.

DSC_0841.JPGAinda segundo o empresário, a volta da cultura do algodão retorna como uma forte ação da atividade agrícola para a transformação econômica do semiárido, gerando renda e melhorando a condição de vida das famílias agricultoras da região. Reconhece o apoio do Governo do Estado, com a organização e orientação técnica, que têm sido fundamentais para essa retomada dos plantios. Na região existem produtores que há 30 anos não plantavam algodão, no entanto, estimulados pela Empaer, voltaram aos cultivos. “A tendência é de que, no próximo ano, a área e o número de agricultores plantando algodão tenham um aumento de 100 por cento. É o que esperamos”, comentou o gerente operacional da Empaer em São Bento, Geraldo Bonifácio.

DSC_0855.JPG“Quem plantar, nós compramos a produção, não importa a quantidade. Nosso compromisso é garantir a compra com preço acertado com o agricultor que nesta safra é de R$ 2,80 o quilo, com pagamento imediato”, garantiu o empresário. Ele lembrou que existe uma demanda muito grande no exterior pelos produtos derivados do algodão colorido orgânico.

Para explicar aos agricultores sobre o programa de compra da empresa, o empresário esteve presente ao Dia de Campo, permanecendo em uma das quatro estações juntamente com o técnico local da Empaer. “O mundo hoje é orgânico e o consumo de produtos sem a presença de produtos químicos, cresce cada vez mais. O momento é de se ressaltar o apoio e a presença da Empaer junto aos agricultores, chegando com a assistência técnica e a orientação, o qual é de uma grande participação do Governo, além de outros parceiros que estão integrados neste projeto do algodão colorido Rubi orgânico”, comentou.

DSC_0865.JPGPresente ao Dia de Campo, o secretário do Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca, Efraim Morais, destacou o apoio que o Governo do Estado disponibiliza para consolidar esta atividade, por reconhecer sua importância no fortalecimento da economia da Paraíba. “Aqui temos mais uma parceria entre órgãos públicos e privados que se apresenta com sucesso. O Governo do Estado tem muito interesse na produção de algodão, principalmente do algodão orgânico colorido, até porque tem sua origem na Paraíba, a partir das pesquisas da Embrapa”, comentou o secretário.

DSC_0875.JPG“A Paraíba já foi um estado grande produtor desta cultura e poderá voltar a ter a mesma produção do passado, só que agora será possível porque conta com parcerias que ajudarão a fortalecer a atividade, envolvendo toda a cadeia produtiva e evitando o atravessador. Todo o corpo técnico da Empaer está empenhado nesse projeto, como sempre esteve com sua experiência, com os agricultores que devem procurar os escritórios onde encontrarão toda a orientação”, comentou Efraim Morais.

DSC_0881.JPGO agricultor Flaviano Dalchen trabalha a terra com outras culturas como batata-doce, macaxeira, milho, feijão e coentro. No começo do ano, ele foi orientado pela Empaer para participar do projeto de cultivo de algodão colorido orgânico, com a garantia de compra pela empresa de redes. Também fez a distribuição de sementes, além de contar com a participação da prefeitura municipal participando com o corte de terra. “Estou bastante satisfeito e, no próximo ano, pretende ampliar o plantio para 10 hectares”, disse.

O agricultor informou que, no próximo ano, vai aumentar a área plantada. “Vamos plantar 10 hectares usando os mesmos tratos culturais, a partir de produtos naturais para combater os insetos”.

DSC_0870.JPGOrientado pelos técnicos, ele utilizou para o controle fitossanitário do algodão, produtos derivados da castanha do caju com álcool e também proveniente de fumo, preparado com querosene, sabão neutro e detergente. Ao final, obteve excelentes resultados, conforme constatou.

O setor de transformação do caroço do algodão em torta e óleo vegetal também está bastante interessado no aumento da produção de algodão orgânico. No município de Paulista, existe a indústria de Torta Boa Vista que, em face da escassez está indo buscar produtos em outros Estados, encarecendo o custo final. “Somente temos interesse de que aumente o plantio de algodão em nossa região, porque é a certeza de que teremos matéria-prima mais perto e com isso, reduzindo custos”, afirmou o empresário Agostinho Moreira Filho.